Viva para contar, de Lisa Gardner

Ficha Técnica

Autor: Lisa Gardner

Editora: Novo Conceito

Dentre todos os outros livros que a editora Novo Conceito enviou para análise, Viva Para Contar foi o primeiro que capturou minha atenção. Comecei a ler imediatamente e não desgrudei dele até a última página.


A história é narrada segundo a perspectiva de três personagens, que tem suas vidas cruzadas quando estranhas coincidências passam a acontecer.


A primeira é Daniele Burton. Ela trabalha como enfermeira   na Clínica de Avaliação Pediátrica de Boston na tentativa de consolar a dor e a confusão mental das crianças com as quais lida, pois ela mesma teve sua infância ceifada cedo demais: Seu pai exterminou toda a família e poupou apenas sua vida. 


A segunda é Vitória, cujo o filho de oito anos, Evan, tem sérias perturbações psicológicas, ao ponto de qualquer eventual aborrecimento alterar seu humor doce e risonho para um psicótico, perigoso, disposto a ferir e a matar.

-Vou mata-la no meio da noite. Mas vou te acordar primeiro. 

Eu quero que você saiba.

Estendo os comprimidos novamente.

- Você trancou a gaveta das facas – cantarola ele. – V

ocê trancou a gaveta das facas. Mas será que 

escondeu todas as facas? Será, será, será?

D.D.Waren é a última protagonista. Neste ponto a narrativa passa para terceira pessoa. Ela é a investigadora competente a investigar um intrigante caso de extermínio de família. 


Prepare-se leitor porque essas narrativas são de tirar o folego. Daniele e Victoria são intensas e complexas, com dramas tão intrincados que suas narrativas assumem aspectos de confidencias, dolorosas até para quem lê.  Além disso, o livro é dividido em cinco dias da semana. Dias próximos ao aniversário de 25 anos da tragédia de Danielle. A tensão aumenta conforme os dias passam.


Deu para perceber que Lisa Gardner não poupou ferramentas para levar ao leitor a uma busca desenfreada por peças que completem o quebra- cabeças? E ninguém poderá dizer que ela não é uma autora ousada, afinal, o tema abordado no livro tão original quanto arriscado. 


Confesso que o tenho grande interesse nas reações da mente humana e suas variáveis. Porém, quando iniciei a leitura não imaginava o quanto crianças psicóticas poderiam ser assustadoras. Estou falando de puro medo. Evan, em particular, me deu arrepios. E foi assim que percebi que realmente a autora alcançou seu objetivo, despertando emoções variadas. Com uma trama bem trabalhada, rica e envolvente surge uma empatia em que o leitor experimenta a mesma agonia das personagens.


Viva para Contar é o 4° livro de uma série de seis lançados nos EUA. Mas claramente os volumes anteriores não alteram a compreensão do livro.


Por fim, eu recomendo muito. É um Triller como poucos. Aliais, um triller como nenhum outro. Único. Apavorante. Surpreendente. Leiam!

(...) Garotos normais não sorriem daquele jeito, sargenta. 

Garotos normais não lambem as mãos ensangüentadas..