O dia da caça, de James Patterson

Ficha Técnica

Autor: James Patterson Editora: Arqueiro

Sabe quando você pega um livro com a intenção de conferir a sinopse, dar uma folheada e de repente é tragada pela emoção das páginas, pisca e percebe que realizou metade da leitura? Se isso nunca aconteceu com você experimente ter em mãos O dia da caça.

Esse é o primeiro livro do autor que eu tenho o prazer de ler. Sempre apreciei o gênero policial, com bastante dinamismo e foi exatamente o que obtive.

O detetive Allex Crox, acostumado com crimes bárbaros, ainda não estava preparado para as cenas que iria encontrar na casa em que uma família inteira foi massacrada. Em choque, ele ainda descobre que a mulher, principal alvo dos assassinos, foi sua namorada nos tempos de juventude. Isso torna a investigação, uma questão pessoal para  Crox.

Quando uma pista de Tiger- o principal suspeito de liderar um grupo de meninos assassinos- indica que ele voltou para a África, Allex  parte rumo a caçada, sem saber que em solo Nigeriano, nenhuma lei dos homens poderá protegê-lo e principalmente, sem fazer ideia de que além do caçador, ele também é a caça. Tiger o está esperando.

"A ONU não pode ajudar. Ninguém pode. Era isso que os refugiados do campo de Kalma acreditavam. Essa era a verdade que eles conheciam e agora eu também."

Apesar de ter gostado, admito que o livro é para os fortes. Há muito sangue, tortura e cenas inimagináveis em cada uma das 224 páginas. O fato de ser próximo a realidade, uma vez que sabemos da situação lamentável da Nigéria, torna o livro por vezes doloroso. O cenário de miséria, dor e impunidade, se mistura com a vida de vários inocentes que tem suas rotinas impostas pela ganância de alguns. Não sei se aconteceu com todos que leram, mas me ocorreram em vários momentos pensamentos de impotência diante de uma realidade tão cruel. Em vários momentos pude refletir sobre nossa insignificancia e em como fechamos os olhos para os absurdos desde que estejam distantes de nós e não nos atinjam.

Contudo, é um livro que vale super a pena. Em breve lerei “4 de julho” do mesmo autor, já esperando um novo espetáculo.